terça-feira, 10 de abril de 2018

Como eu desenvolvi a minha técnica vocal e dicas para você evoluir como cantor

Cantar melhor é um dos maiores propósitos do cantor iniciante ao cantor avançado, pois o aprimoramento é essencial, não importa a fase. Estudar canto é algo que envolve concentração e muito empenho, é necessário focar nas coisas certas para alcançar os objetivos.

Hoje quero dar algumas dicas que considero muito importantes, independente do nível de estudo, que vão te ajudar a aprimorar tudo o que você já conquistou com a sua voz, ou, mesmo se você ainda é iniciante total. Vamos lá!


Qualidade x exercícios x prática

Sempre que buscamos sobre técnica vocal, é comum encontrarmos muitas informações e dicas na internet, que costumam explicar um tipo de técnica ou colocação e passar exercícios. Até aí tudo bem.

O problema aparece quando não compreendemos bem como fazer o exercício e acabamos colocando-o na nossa rotina e fazendo todos os dias, porém sem a qualidade ideal, ou seja, com erros e vícios. Fazemos o exercício no piloto automático, com muito volume, sem a colocação ideal, etc.

Isso infelizmente pode fazer você perder tempo e ainda correr o risco de adquirir problemas vocais, se você não tiver conhecimento técnico suficiente. Você não gostaria de perder tempo com exercícios que não trazem resultados, certo? Mais abaixo você vai saber como escapar dessa armadilha, que não permite que você evolua. Mas, por enquanto, vamos prosseguir.

Além do excesso de informações, um ponto que muitas vezes passa desapercebido é a questão de como colocar isso em prática durante o treino das nossas músicas. Você já percebeu que fez um exercício apenas por costume e, depois, quando começou a passar o repertório, os mesmo defeitos ainda estavam presentes na sua voz? Ou então, tentou colocar em prática, mas não tinha ideia de como passar a sensação do exercício para a prática?

Comigo já aconteceu.

Há 6 anos, quando comecei a estudar canto de maneira mais séria e com disciplina, eu acreditava que apenas fazer os exercícios propostos, desenvolver o meu fôlego, aquecer a voz e treinar os vocalizes traria magicamente toda a técnica que eu precisava. Mas as coisas não foram tão simples assim.

Um aspecto que me trazia muita dúvida na época era a questão do apoio. Eu treinava diariamente a emissão do ar, aumentando gradativamente o tempo que conseguiria manter a expiração. Mas, ao mesmo tempo, trechos simples de algumas músicas eu não conseguia manter o ar até o final. Simples falta de consciência real do que estava fazendo.

E isso acontecia com os outros tipos de exercícios também, como, por exemplo, notas agudas que "milagrosamente" saíam em um exercício, desapareciam nas músicas e eu não entendia o porquê disso.

Como eu me resolvi, equilibrando qualidade x exercícios x prática?

Para filtrar os exercícios mais eficazes, é muito importante ter um objetivo. Quantidade não é qualidade aqui.

Comecei simplificando tudo. Escolhi um exercício e decidi colocar todo o meu foco nele até alcançar toda a consciência necessária para aplicá-lo na prática e ter os resultados nas minhas músicas. Não importava quanto tempo demorasse, eu ia entender tudo sobre o objetivo dele e ia desenvolver a percepção necessária para incorporar na minha técnica.

Mas eu fazia isso em ciclos. Exemplo> Durante 1 semana foquei no apoio, treinando as minhas músicas apoiando da maneira mais adequada, de acordo com os meus objetivos, porém, sem dar atenção às outras falhas que me incomodavam, como o excesso de ar na voz. Após esse período, escolhia focar em limpar a voz, trazendo mais sonoridade. Na terceira semana, colocava um outro ponto e estudava com muito afinco, procurando artigos científicos, vídeos, depoimentos de outros cantores, trocava figurinhas com amigos que cantavam, etc.

Depois dessa etapa, simulava que voltaria à "estaca zero", ou seja, ia estudar o conteúdo da primeira semana novamente, como se nada soubesse, buscando mais detalhes e outras formas de entender como o meu corpo produzia isso. Era como reaprender.

Cada vez que fazia esse processo, a coisa ficava mais clara e, aos poucos, fui descobrindo a propriocepção, que é nada mais que sentir o corpo, autoconhecimento.

Então, eu indico muito que cada  exercício seja um mundo de descobertas, que haja um total entendimento do exercício, para assim aplicá-lo à rotina.

Com esse treinamento, cada vez que tentava colocar em prática nas músicas, ficava mais fácil, pois eu estava realmente a par dos objetivos do exercício e dos meus objetivos também.

Foque em qualidade sempre, se você melhora 1 aspecto da sua voz, você já terá se superado e mais próximo dos resultados que você quer. Esqueça a ansiedade, a arte não tem pressa.

Vamos aprender a focar no que realmente importa, a música.

Agora sim: Deixe a coisa ficar automática


Depois que passei da etapa de laboratório com os exercícios, aos poucos, fui repetindo cada vez mais o que estava assimilado e as coisas começaram a ficar automáticas. Esse é o nível de domínio da técnica.

Com o domínio, ficava mais fácil sobrepor outras informações que, quando ainda estamos começando, ficam difíceis de ser pensadas ao mesmo tempo. Por exemplo: Estabilidade da laringe estava automática, então eu já podia focar no apoio, etc.

Outra dica que considero importante é a questão da ordem de tópicos no aprendizado do canto. Não vejo problema em ordens diferentes, o importante é a consciência total de cada tópico aprendido. Com algo realmente incorporado, você estará progredindo.

Quanto mais técnicas no automático, mais progresso. E sempre há maneiras de expandir as técnicas.

Divirta-se!

Aproveite cada momento do seu estudo, mesmo que esteja numa etapa cansativa ou massante, um dia você vai lembrar de como era difícil fazer o que você faz.

Para fechar, recomendo muito na sua jornada o curso Os Pilares do Canto, onde você terá passo a passo como desenvolver todo o seu potencial com a voz!

Até o próximo post!

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